Na hora de conceber uma instalação fotovoltaica, centramo-nos na eficiência dos módulos, na orientação, na melhor inclinação, e nos kWh/kWp que podemos gerar... Mas sabemos realmente como podemos aproveitar a quantidade de kWh que geramos?
Na maioria das instalações fotovoltaicas residenciais, deparamo-nos com um problema: a curva de produção fotovoltaica é totalmente contrária à nossa curva de consumo. Quando produzimos mais geralmente, é quando não estamos em casa.
No exemplo da Figura 1 observamos como o consumo se concentra nas primeiras e últimas horas do dia.
Em concreto, no passado dia 19 de novembro, esta instalação exigiu um total de 29,13 kWh, dos quais 21 kWh foram proporcionados pela rede e apenas 8 kWh foram proporcionados pela nossa instalação fotovoltaica. Se analisarmos em termos de energia produzida, podemos ver que gerámos um total de 27,72 kWh
Isto é, gerámos 95% da energia que a nossa moradia precisava, mas apenas aproveitámos 29%, o resto - os famosos excedentes energéticos - vertemos para a rede de distribuição.
Como compensamos os nossos excedentes fotovoltaicos?
Atualmente, graças ao Real Decreto 244/2019, facilita-se a compensação de excedentes, mecanismo pelo qual a comercializadora elétrica compensa a energia que injetamos na rede elétrica com a energia que consumimos, mas não se trata de uma relação 1:1.
Além disso, isto tem alguns inconvenientes. O primeiro é que a compensação é feita tendo em conta o período de faturação, pelo que não é possível aproveitar os excedentes gerados num período diferente. Além disso, esta compensação tem como limite a energia consumida, pelo que nunca vão descontar mais do que consumimos. Por último, esta compensação apenas é aplicada sobre a parte variável, pelo que vamos ter de continuar a pagar a parte fixa (potência contratada, aluguer do contador, impostos...).
Atualmente algumas comercializadoras contam com as denominadas baterias virtuais, que não são mais do que a forma de apelar a um porta--moedas virtual. Nestes casos, a empresa vai colocando neste porta-moedas o saldo acordado por cada kWh que injetamos na rede. Com este saldo, poderemos pagar o total da nossa fatura e, algumas comercializadoras até oferecem a opção de o usar para pagar faturas de outros pontos de fornecimento que tenhamos, como os de uma segunda residência.
Mas que alternativas temos para aproveitar esta produção sem necessidade de verter na rede? Vamos ver diferentes opções.
Como podemos aproveitar os nossos excedentes sem verter na rede?
Baterias de Lítio
A primeira opção que certamente virá à cabeça é instalar uma bateria de lítio para poder carregar naqueles momentos em que tenhamos excedentes e descarregar naqueles momentos onde a produção fotovoltaica não seja suficiente para cobrir todos os nossos consumos.
Graças ao software de monitorização da Fronius, se já contarmos com uma instalação fotovoltaica instalada e monitorizada, podemos saber exatamente como a nossa instalação se vai comportar se instalarmos uma bateria, concretamente uma bateria do fabricante BYD.
Na instalação anterior, que foi iniciada no passado mês de setembro, contamos com uma percentagem de autoconsumo de 29%. Isto é, nestes meses, 29% do nosso consumo foi proporcionado pela instalação fotovoltaica, enquanto os 71% restantes foram fornecidos pela rede elétrica.
Fonte: Renováveis Magazine